Espero por uma mão que não mais ensaboa
os lugares que não posso alcançar
Aguardo uma soneca vespertina que já
não traz o peso de um corpo sobre o meu
Dóem as vezes que não encontro
quem ria de minhas piadas bestas
Ou quem consiga se admirar
com meus conhecimentos inúteis
Meus olhos se esvaziam sem ter
olhos que procurem ternura neles
Minha mão tremula sem a mão
que a entrelaçava por qualquer caminho
Faz falta a dose de simplicidade
que ajudava a colocar os pés no chão
Assim como a voz de esperança
que tornava fácil atravessar tormentas
Já não possuo a segurança de estar
acompanhado em qualquer lugar
E às vezes ainda espero aquela ligação
que ao final do dia já não vem mais
Ressinto não ter em quem me espelhar
para não temer boas e más sensações
E não ver o sorriso que iluminava o meu
fosse torto, perfeito ou em reparos
Pois já é difícil acreditar em mim
sem quem o faça sem a menor restrição
Ou quem ainda o faça mesmo após
um enorme sofrimento e decepção
Acho que o que me faz mais falta
é o otimismo que concede felicidade
E que transforma um simples poema
numa verdadeira ode à saudade
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